Fibromialgia: Avanços científicos no tratamento com canabinoides

A fibromialgia, uma síndrome reumatológica caracterizada pela dor crônica musculoesquelética generalizada e sensibilidade em pontos específicos, manifesta-se predominantemente através de dor, fadiga, disfunções cognitivas, distúrbios da articulação temporomandibular, insônia, alterações intestinais, ansiedade e depressão. Esta condição afeta primordialmente as articulações e apresenta uma prevalência maior em mulheres, na faixa etária de 30 a 60 anos, embora possa ocorrer em qualquer idade, inclusive em crianças e adolescentes.

 

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a fibromialgia impacta cerca de 2,5% da população global e 3% da população brasileira, sendo a segunda maior causa de consultas reumatológicas após a osteoartrose. A distribuição de gênero mostra que, de cada dez pacientes, sete a nove são mulheres. A síndrome impacta significativamente a qualidade de vida dos pacientes, com até 95% dos afetados relatando alterações no sono e 50% apresentando sintomas de depressão. Adicionalmente, a síndrome do intestino irritável é uma comorbidade presente em aproximadamente 60% dos casos. A caracterização da dor inclui a presença de sensibilidade em 11 dos 18 pontos dolorosos pré-estabelecidos.

 

Esta análise destaca a importância do reconhecimento da fibromialgia como uma condição complexa e multifatorial, exigindo abordagens terapêuticas integradas e personalizadas para o manejo eficaz dos sintomas e melhoria na qualidade de vida dos pacientes.

 

Incidência de Fibromialgia

 

 

Estudos sobre o uso de Canabinoides na Fibromialgia: 

Safety and Efficacy of Medical Cannabis in Fibromyalgia
Sagy I, Bar-Lev Schleider L, Abu-Shakra M, Novack V. Safety and Efficacy of Medical Cannabis in Fibromyalgia. J Clin Med. 2019 Jun 5;8(6):807. doi: 10.3390/jcm8060807. PMID: 31195754; PMCID: PMC6616435.

 

A pesquisa “Safety and Efficacy of Medical Cannabis in Fibromyalgia” publicada no Journal of Clinical Medicine oferece insights valiosos sobre o uso de cannabis medicinal para o tratamento da fibromialgia. Aqui estão os principais pontos e resultados destacados:

 

  • Eficácia e Segurança: O estudo descobriu que a cannabis medicinal indica ser uma alternativa segura e eficaz para o tratamento dos sintomas da fibromialgia. A taxa de sucesso do tratamento após seis meses foi de 70,8%, com a intensidade da dor (em uma escala de 0 a 10) reduzindo de uma mediana de 9,0 no início para 5,0 (p < 0.001), e 194 pacientes (81,1%) alcançando uma resposta ao tratamento.
  • Perfil dos Participantes: Dos 367 pacientes com fibromialgia incluídos no estudo, a maioria era do sexo feminino (82,0%) com uma média de idade de 52,9 anos. Vinte e oito pacientes (7,6%) interromperam o tratamento antes do acompanhamento de seis meses.
  • Efeitos Adversos: Os efeitos adversos mais comuns foram leves, incluindo tonturas (7,9%), boca seca (6,7%) e sintomas gastrointestinais (5,4%).
  • Melhorias na Qualidade de Vida: Além da redução significativa na intensidade da dor, houve melhorias notáveis na qualidade de vida dos pacientes, incluindo aspectos como sono, apetite e atividade sexual. Especificamente, a qualidade do sono melhorou para 73,4% dos pacientes que relataram problemas de sono no início do estudo, e os sintomas relacionados à depressão tiveram uma melhora em 80,8% dos pacientes que relataram esses sintomas inicialmente.

 

Este estudo reforça o potencial do cannabis medicinal como uma opção terapêutica promissora para pacientes com fibromialgia, especialmente aqueles que não responderam às terapias farmacológicas padrão.

 

Marijuana Rated Significantly More Effective in Treating Fibromyalgia Symptoms than FDA-Approved Drugs, Global Survey Finds

 

Um estudo conduzido pela National Pain Foundation em parceria com o NationalPainReport.com, envolvendo 1.339 indivíduos diagnosticados com fibromialgia, investigou a eficácia da cannabis na gestão dos sintomas desta síndrome em comparação com os medicamentos convencionais aprovados pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos. Os resultados indicam a cannabis para o tratamento, destacando-a como significativamente mais eficaz do que os três fármacos endossados pela FDA para o tratamento da fibromialgia, em 2014.

 

Abaixo diagramamos os resultados:

Resultados Pesquisa Fibromialgia

 

Ingestion of a THC-Rich Cannabis Oil in People with Fibromyalgia: A Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled Clinical Trial
Chaves C, Bittencourt PCT, Pelegrini A. Ingestion of a THC-Rich Cannabis Oil in People with Fibromyalgia: A Randomized, Double-Blind, Placebo-Controlled Clinical Trial. Pain Med. 2020 Oct 1;21(10):2212-2218. doi: 10.1093/pm/pnaa303. PMID: 33118602; PMCID: PMC7593796.

 

Este estudo é um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, realizado com 17 mulheres com fibromialgia residentes em uma comunidade com baixo perfil socioeconômico e alta incidência de violência na cidade de Florianópolis, Brasil. O objetivo foi determinar o benefício de um óleo de cannabis rico em tetrahidrocanabinol (THC) nos sintomas e na qualidade de vida dessas pacientes. 

 

Os principais pontos e resultados incluem:

  • Tipo de Estudo e Abrangência: Ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, focado em mulheres com fibromialgia em Florianópolis, Brasil.
  • Principais Pontos: O estudo investigou o impacto de um óleo de cannabis rico em THC (24,44 mg/mL de THC e 0,51 mg/mL de canabidiol [CBD]) em comparação com um placebo durante oito semanas. A dose inicial foi de uma gota por dia (aproximadamente 1,22 mg de THC e 0,02 mg de CBD), com aumentos subsequentes conforme os sintomas.
  • Resultados: Após a intervenção, o grupo de cannabis apresentou uma diminuição significativa na pontuação do Questionário de Impacto da Fibromialgia (FIQ) em comparação com o grupo placebo (P = 0,005) e em comparação com a pontuação basal do grupo de cannabis (P < 0,001). Melhorias significativas foram observadas nos itens “sentir-se bem”, “dor”, “trabalho” e “fadiga” do FIQ no grupo de cannabis. Não foram relatados efeitos adversos intoleráveis.

Conclusão: Os fitocanabinoides podem ser uma terapia bem tolerada para reduzir sintomas e aumentar a qualidade de vida de pacientes com fibromialgia. Estudos futuros são sugeridos para avaliar benefícios a longo prazo e estudos com diferentes variedades de canabinoides devem ser feitos para aprimorar o conhecimento sobre a ação da cannabis nesta condição de saúde​​.

 

Em face dos desafios impostos pela fibromialgia, a busca por alternativas terapêuticas que ofereçam alívio significativo dos sintomas e melhoria na qualidade de vida dos pacientes é uma prioridade. Os estudos aqui revisados destacam o potencial dos canabinoides como uma opção promissora no tratamento da dor crônica e outros sintomas associados à fibromialgia. A evidência científica aponta para uma abordagem segura e com menos efeitos colaterais, abrindo novos caminhos para a gestão da condição.

 

Neste contexto, a Volcanic se posiciona na vanguarda para o desenvolvimento de tratamentos canabinoides, oferecendo uma biblioteca abrangente de pesquisas científicas que sustentam o uso dessas substâncias. Convidamos médicos, dentistas e profissionais de saúde a se aprofundarem nesse campo de estudo, solicitando uma visita de nossos consultores. Essa é uma oportunidade única para conhecer em detalhes os avanços terapêuticos proporcionados pelos canabinoides e como eles podem ser integrados à prática clínica para o benefício dos pacientes. Clique aqui para agendar uma visita, destaque-se na sua área e passe a oferecer mais bem-estar e qualidade de vida para seus pacientes.

 

Referências Bibliográficas:

  1. Fibromialgia – Definição, Sintomas e Porque Acontece. – Sociedade Brasileira de Reumatologia
  2. Fibromialgia – Sociedade Brasileira de Reumatologia 
  3. Pesquisa aponta que quase 37% dos brasileiros acima de 50 anos têm dores crônicas — Ministério da Saúde (www.gov.br)

 

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Este artigo é voltado exclusivamente para médicos. Sendo você um paciente ou interessado no tema, reforçamos que este artigo é puramente informativo e não substitui o aconselhamento médico profissional. Sempre consulte um profissional de saúde para discutir suas opções de tratamento.

 

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