O Potencial dos Canabinoides no Tratamento do Lúpus: Insights de Pesquisas

O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) constitui uma patologia autoimune inflamatória de natureza complexa, caracterizada pela capacidade do sistema imunológico de atacar os próprios tecidos e órgãos do corpo, incluindo pele, articulações, rins e cérebro. Esta condição pode culminar em manifestações clínicas severas e, sem intervenção terapêutica apropriada, possui o potencial de ser fatal.

 

Dentre as mais de 80 entidades patológicas autoimunes identificadas na medicina contemporânea, o Lúpus destaca-se tanto pela sua gravidade quanto pela sua relevância clínica. A epidemiologia do Lúpus Eritematoso Sistêmico não está restrita a fatores de risco bem definidos, apresentando-se em indivíduos de todas as idades, etnias e gêneros. Contudo, há certos fatores que parecem predispor à sua ocorrência, entre eles:

 

  • Gênero: Observa-se uma prevalência significativamente maior da doença em mulheres em comparação com homens, embora possa manifestar-se em ambos os sexos.
  • Faixa Etária: A incidência do LES é mais comum entre os 15 e 40 anos de idade, todavia, não se limita a este intervalo etário, podendo surgir em qualquer idade.
  • Etnia: Indivíduos de ascendência afro-americana, hispânica e asiática apresentam taxas mais elevadas de incidência. Notavelmente, a frequência do Lúpus é três a quatro vezes superior em mulheres negras em comparação com mulheres brancas.

 

De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal, no Brasil, não dispomos de números exatos, mas as estimativas indicam que existam cerca de 65.000 pessoas com lúpus, sendo a maioria mulheres. Acredita-se assim que uma a cada 1.700 mulheres no Brasil tenha a doença.

Incidência de Lúpus

Estudos sobre o uso de Canabinoides no tratamento do Lúpus: 

Endocannabinoid system in systemic lupus erythematosus: First evidence for a deranged 2-arachidonoylglycerol metabolism

Navarini L, Bisogno T, Mozetic P, Piscitelli F, Margiotta DPE, Basta F, Afeltra A, Maccarrone M. Endocannabinoid system in systemic lupus erythematosus: First evidence for a deranged 2-arachidonoylglycerol metabolism. Int J Biochem Cell Biol. 2018 Jun;99:161-168. doi: 10.1016/j.biocel.2018.04.010. Epub 2018 Apr 12. PMID: 29655919.

 

No estudo, os níveis plasmáticos do 2-Araquidonoilglicerol (2-AG) apresentaram um aumento significativo em pacientes diagnosticados com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) em comparação a indivíduos saudáveis (p=0,005). Por outro lado, as concentrações de Anandamida (AEA) e Palmitoiletanolamida (PEA) não exibiram diferenças significativas entre os grupos estudados.

 

Este estudo oferece, pela primeira vez, evidências de uma alteração no sistema endocanabinoide (eCB) em pacientes com LES. Tais achados contribuem para uma compreensão aprofundada do envolvimento dos mediadores lipídicos na patogênese do LES, abrindo novas perspectivas para o entendimento e tratamento desta condição. Os dados da pesquisa fornecem prova de conceito para o desenvolvimento de medicamentos à base de cannabis como agentes imunomoduladores.

 

Cannabinoids drive Th17 cell differentiation in patients with rheumatic autoimmune diseases

Kotschenreuther, K., Waqué, I., Yan, S. et al. Cannabinoids drive Th17 cell differentiation in patients with rheumatic autoimmune diseases. Cell Mol Immunol 18, 764–766 (2021). https://doi.org/10.1038/s41423-020-0437-4

 

O estudo publicado na revista Cellular & Molecular Immunology explora o impacto dos canabinoides, especificamente o canabidiol (CBD) e o anandamida (AEA), na diferenciação das células Th17 em pacientes com doenças reumáticas autoimunes, como artrite reumatoide (RA), lúpus eritematoso sistêmico (SLE) e artrite psoriática (PsA). 

 

  • Efeito do CBD e AEA nas células Th17: O estudo descobriu que a cultura in vitro na presença de CBD aumentou significativamente a diferenciação de células Th17 em células T CD4+ do sangue periférico de pacientes com RA, SLE ou PsA. AEA mostrou efeitos semelhantes em células T CD4+ de pacientes, mas não afetou as células de indivíduos saudáveis.
  • Expressão gênica e influência das citocinas: A adição de citocinas que induzem a diferenciação Th17, como TGF-β, IL-1β, IL-6 e IL-23, aumentou ainda mais as propriedades indutoras de Th17 do CBD. Além disso, a expressão do gene SGK1 aumentou com o tratamento de CBD, o que é notável, pois o SGK1 é um regulador importante do desenvolvimento de células Th17 pró-inflamatórias.

 

O estudo observou que o tratamento com óleo de CBD por 4 a 8 semanas promoveu a expansão das células Th17 in vivo (1,10 ± 0,32 antes versus 4,52 ± 1,34 após o tratamento com CBD).

 

Diante dos avanços no tratamento do Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) com canabinoides, destacados por pesquisas recentes, convidamos médicos a explorar essas novas abordagens terapêuticas. Ao solicitar uma visita de nossos consultores especializados, profissionais de saúde podem ampliar seu conhecimento sobre tratamentos inovadores e acessar uma extensa biblioteca científica. Esta oportunidade única permite integrar tratamentos baseados em evidências ao cuidado de pacientes com LES, promovendo não apenas a melhoria dos sintomas, mas também a qualidade de vida. Para mais informações e para agendar sua visita, clique aqui e junte-se à vanguarda do tratamento autoimune.

 

Referências Bibliográficas:

  1. Lúpus — Ministério da Saúde (www.gov.br) 
  2. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) – Sociedade Brasileira de Reumatologia 
  3. Lúpus – Associação Brasileira Superando Lupus 

 

Informações que podem ser do seu interesse:

 

Este artigo é voltado exclusivamente para médicos. Sendo você um paciente ou interessado no tema, reforçamos que este artigo é puramente informativo e não substitui o aconselhamento médico profissional. Sempre consulte um profissional de saúde para discutir suas opções de tratamento.

 

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