Compreendendo os Canabinoides: Potencialidades e Aplicações na Prática Médica
No universo da medicina, constantemente emergem novas fronteiras de tratamento. Uma dessas fronteiras que tem ganhado destaque é o uso de canabinoides na prática médica.
Até porque a busca pela Cannabis medicinal em farmácias no Brasil cresceu 201% somente em 2023, ao todo já foram concedidas mais de 181 mil permissões de autorizações para importação de Cannabis, sendo que somente no primeiro trimestre de 2023, foram 27.687 autorizações, uma alta de 82,9% em comparação ao mesmo período de 2022. Se comparado com 2021, o crescimento chega a ser de 306,5%, conforme matéria do O Globo.
Este artigo baseado em estudos científicos tem como objetivo elucidar o que são, para que servem os canabinoides, suas variedades, benefícios, interações com o corpo humano e potenciais terapêuticos.
O que são Canabinoides?
Os canabinoides são compostos químicos encontrados principalmente na planta Cannabis Sativa L, conhecida popularmente como maconha. Eles pertencem a uma classe de substâncias chamadas terpeno fenólicas e são de grande interesse médico e científico devido aos seus diversos efeitos no corpo humano.
Descoberta e Histórico dos Canabinoides
A relação da humanidade com a Cannabis é milenar, com seu uso datando de milhares de anos atrás. No entanto, a compreensão científica dos componentes específicos da cannabis, os canabinoides, é um fenômeno relativamente recente na história da medicina.
O Marco da Ciência Moderna: Identificação do THC
A descoberta dos canabinoides como compostos distintos começou com a identificação e síntese do THC, o principal componente psicoativo da cannabis. O trabalho pioneiro foi realizado pelo químico israelense Dr. Raphael Mechoulam e sua equipe na década de 1960.
Em 1964, Mechoulam, junto com Yechiel Gaoni, isolou pela primeira vez o (THC) Δ-9-Tetrahidrocanabinol da planta de Cannabis, marcando um avanço significativo na compreensão da química da droga.
Avançando na Ciência dos Canabinoides: O Sistema Endocanabinoide
Após a descoberta inicial do THC, a pesquisa continuou a avançar. Foi somente nas décadas de 1980 e 1990 que os cientistas começaram a entender como os canabinoides interagiam com o corpo humano.
A descoberta dos receptores canabinoides no cérebro (CB1) e em todo o corpo (CB2) levou à descoberta do sistema endocanabinoide, um sistema complexo que influencia várias funções fisiológicas e cognitivas.
O Futuro dos Canabinoides na Medicina
Desde essas descobertas iniciais, o campo dos canabinoides na medicina continuou a crescer. O isolamento de outros canabinoides e a compreensão de suas propriedades terapêuticas têm expandido o potencial de tratamentos baseados em cannabis.
A pesquisa do Dr. Mechoulam e de outros cientistas abriu caminho para a onda atual de pesquisa e aceitação dos canabinoides como uma forma legítima de tratamento médico.
Tipos de Canabinoides
Existem três categorias principais de canabinoides:
- Endocanabinoides: produzidos naturalmente pelo corpo humano
- Fitocanabinoides: encontrados nas plantas
- Canabinoides sintéticos: que são desenvolvidos em laboratório
Entendendo os Endocanabinoides: Funções Essenciais no Corpo Humanos
Os endocanabinoides são moléculas produzidas naturalmente pelo corpo humano que compartilham semelhanças funcionais e estruturais com os canabinoides encontrados na planta de Cannabis.
Eles são parte integrante do sistema endocanabinoide e atuam como sinalizadores bioquímicos, ajudando a regular diversas funções corporais, incluindo sono, apetite, humor, dor, metabolismo, memória, e mais, através da ativação de receptores canabinoides no corpo.
Tipos Principais de Endocanabinoides
Existem vários endocanabinoides, mas os dois mais estudados e compreendidos são:
- Anandamida (AEA): Muitas vezes referida como a “molécula da felicidade”, a Anandamida influencia uma variedade de funções biológicas, incluindo apetite, memória, fertilidade, sensação de dor, e pode ajudar a regular o humor e a sensação de recompensa e prazer. Interage principalmente com os receptores canabinoides CB1 e CB2, localizados no sistema nervoso central e no sistema imunológico, respectivamente.
- Araquidonoilglicerol (2-AG): Este endocanabinoide tem um papel em várias funções, como regulação da imunidade, apetite, gestão da dor, proteção neuroprotetora, e regulação da pressão intraocular. Assim como a AEA, o 2-AG também interage com os receptores CB1 e CB2, mas é considerado o principal agonista do receptor CB2, desempenhando um papel significativo na modulação do sistema imunológico.
Principais Finalidades dos Endocanabinoides
- Manutenção da Homeostase: A principal finalidade dos endocanabinoides é manter a estabilidade interna do corpo frente a flutuações no ambiente externo. Eles fazem isso através da modulação de uma série de processos fisiológicos.
- Regulação do Estresse: Eles ajudam a regular a resposta do corpo ao estresse, contribuindo para a resiliência ao estresse e a recuperação após eventos estressantes.
- Modulação da Dor: Os endocanabinoides são componentes chave na via da dor natural do corpo, ajudando a regular a sensação de dor e a resposta inflamatória.
- Proteção e Desenvolvimento Neural: Eles contribuem para processos como neuroplasticidade e neurogênese, e oferecem proteção contra neurodegeneração.
- Regulação do Sono, Apetite e Metabolismo: Eles influenciam o apetite, a digestão, e os ciclos de sono, ajudando a regular o metabolismo energético geral.
Fitocanabinoides: Chaves Botânicas para a Saúde Humana
Os fitocanabinoides representam um campo de estudo intrigante e promissor, revelando cada vez mais o seu potencial terapêutico e a sua influência nas funções biológicas humanas.
O que são Fitocanabinoides?
Fitocanabinoides são compostos químicos naturais encontrados na planta da Cannabis. Eles são chamados assim por sua habilidade de interagir com o sistema endocanabinoide do corpo, semelhante aos endocanabinoides produzidos pelo próprio organismo.
Eles atuam interagindo com os receptores canabinoides específicos presentes no corpo humano, influenciando uma variedade de processos fisiológicos e ajudando na regulação da homeostase.
Finalidades dos Fitocanabinoides
- Modulação da Homeostase: assim como os endocanabinoides, os fitocanabinoides ajudam a manter o equilíbrio interno do corpo, modulando o sono, o apetite, o humor, o sistema imunológico e mais.
- Potencial Terapêutico: oferecem uma gama de aplicações terapêuticas, incluindo o alívio da dor, tratamento de condições neurológicas, ajuda na saúde mental, e potencialmente combatendo algumas formas de câncer.
- Interação Sinérgica: podem trabalhar sinergicamente através do “efeito entourage”, onde a presença de múltiplos canabinoides e terpenos na cannabis trabalham juntos para aumentar a eficácia uns dos outros.
Principais Fitocanabinoides e Efeitos Terapêuticos
Cada fitocanabinoide possui propriedades únicas e, consequentemente, potenciais terapêuticos distintos. A planta da Cannabis contém mais de cem diferentes fitocanabinoides, mas os mais estudados e compreendidos incluem:
- THC (Δ-9-Tetrahidrocanabinol): é o principal composto psicoativo da Cannabis, responsável pela sensação de “euforia” associada ao seu uso recreativo. Os efeitos terapêuticos relatados são o alívio da dor, redução da inflamação e dos espasmos musculares, melhoria do apetite e ajuda no controle de náuseas.
- CBD (Canabidiol): não-psicoativo, possui um perfil de efeito terapêutico amplo, tais como, alívio da ansiedade, gestão da dor, redução de convulsões e potencial neuroprotetor.
- CBN (Canabinol): geralmente aparece em quantidades menores e é conhecido por seus efeitos sedativos. Potencialmente útil para o tratamento da insônia, dor e inflamação.
- CBG (Canabigerol): não-psicoativo e conhecido como o “célula-mãe” dos canabinoides, pois é um precursor de outros. É anti-inflamatório, neuroprotetor e pode ter propriedades anticancerígenas, antibacterianas e antifúngicas.
- THCV (Tetrahidrocanabivarina): similar ao THC, mas com efeitos variados, dependendo da dosagem. Atua na redução do apetite, promoção da saúde óssea e pode ajudar no controle da diabetes.
- Delta-8-THC (Δ-8-Tetrahidrocanabinoll): compartilha muitas das mesmas propriedades terapêuticas que o Delta-9-THC (comumente referido apenas como THC), mas com efeitos psicoativos atenuados. Possui propriedades analgésicas, ansiolíticas e antieméticas. Além disso, o Delta-8-THC pode ajudar a estimular o apetite. Devido ao seu perfil psicoativo mais suave, é uma opção para pacientes que buscam alívio sintomático sem os efeitos intensos associados ao THC.
- THCA (Ácido Tetrahidrocanabinólico): é o precursor não psicoativo do THC, encontrado na planta de Cannabis crua. Este canabinoide demonstrou ter propriedades anti-inflamatórias, neuroprotetoras e antieméticas. Além disso, pesquisas sugerem que o THCA pode ajudar a reduzir os sintomas de doenças neurodegenerativas e tem potencial em propriedades antiproliferativas que podem ser benéficas na inibição do crescimento de células cancerígenas.
- CBDA (Ácido Canabidiólico): é o precursor do CBD, presente na cannabis crua. Este canabinoide tem atraído interesse por suas propriedades anti-inflamatórias, antibacterianas e anticonvulsivantes. Estudos também indicam que o CBDA pode ter efeitos antidepressivos e pode ajudar a reduzir a ansiedade.
Canabinoides Sintéticos: Potencial, Aplicações e Precauções
Na busca por alternativas terapêuticas eficazes, a ciência tem explorado não apenas os canabinoides encontrados na natureza, mas também versões sintéticas criadas em laboratório.
Estes compostos mimetizam a atividade dos canabinoides naturais interagindo com o sistema endocanabinoide do corpo humano.
O que são Canabinoides Sintéticos?
Os canabinoides sintéticos são compostos químicos fabricados em laboratório que imitam a estrutura química e os efeitos dos canabinoides naturais, como o THC e o CBD.
Eles foram desenvolvidos para permitir estudos mais aprofundados do sistema endocanabinoide, oferecer consistência na composição e potência, e em alguns casos, evitar restrições legais associadas à cannabis.
Tipos de Canabinoides Sintéticos
Existem vários canabinoides sintéticos disponíveis, cada um com diferentes propriedades e aplicações. Alguns dos mais notáveis incluem:
- Dronabinol (Marinol): Um análogo sintético do THC, usado para tratar náuseas e vômitos associados à quimioterapia, bem como, para estimular o apetite em pacientes com AIDS.
- Nabilone (Cesamet): Semelhante em ação ao dronabinol, é utilizado para tratar náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia em pacientes que não respondem a terapias convencionais.
- Rimonabant (Acomplia): Um antagonista do receptor CB1, anteriormente usado para tratar obesidade, mas retirado do mercado devido a preocupações com efeitos colaterais psiquiátricos.
- JWH-018, JWH-073, UR-144, XLR-11, AKB4, e outros: Estes fazem parte de uma classe de canabinoides sintéticos frequentemente encontrados em produtos conhecidos como “spice” ou “K2”. Eles não são usados medicinalmente e são conhecidos por seus efeitos imprevisíveis e, muitas vezes, perigosos.
Aplicações Terapêuticas e Doenças Tratadas
Os canabinoides sintéticos, particularmente os aprovados para uso médico, têm aplicações semelhantes às da Cannabis natural. Eles são usados principalmente para tratar:
- Náuseas e vômitos: Especialmente relacionados à quimioterapia, onde têm demonstrado eficácia.
- Estimulação do apetite: Principalmente em pacientes com HIV/AIDS ou outras condições que causam anorexia ou perda de apetite.
- Dor crônica: Alguns canabinoides sintéticos estão sendo investigados por seu potencial para tratar diferentes tipos de dor.
Benefícios e Riscos
Benefícios:
- Consistência e Disponibilidade: Eles oferecem dosagens consistentes e são frequentemente mais facilmente acessíveis em locais onde a cannabis natural é ilegal.
- Específicos do Receptor: Alguns canabinoides sintéticos são projetados para atingir receptores específicos, potencialmente oferecendo tratamentos mais direcionados.
Riscos:
- Efeitos Colaterais: Os canabinoides sintéticos podem ter efeitos colaterais, incluindo sintomas psiquiátricos e cardiovasculares.
- Potência Elevada: Compostos como os encontrados em “spice” ou “K2” são frequentemente muito mais potentes que a cannabis natural, levando a um maior risco de overdose e toxicidade.
- Legalidade e Pureza: Canabinoides sintéticos ilícitos podem conter ingredientes desconhecidos ou nocivos, e o uso desses produtos é potencialmente perigoso e imprevisível em termos de saúde.
Relação dos Canabinoides com os Receptores Humanos
Sistema Endocanabinoide
O corpo humano possui o sistema endocanabinoide, que inclui receptores (CB1, CB2 e TRPV1 ou CB3, um receptor vaniloide) localizados no sistema nervoso central e em várias outras regiões do corpo. Os canabinoides interagem com esses receptores, influenciando muitos processos fisiológicos, incluindo o apetite, dor, humor e memória.
Os fitocanabinoides atuam no organismo, ao interagirem com os receptores atuando como neuromoduladores e imunomoduladores. O THC, por exemplo, tem uma ação direta, ligando-se aos receptores e mimetizando os efeitos dos endocanabinoides.
Já o CBD atua indiretamente, potencializando ou inibindo a ação de diversos neurotransmissores e enzimas.
Benefícios do Uso Terapêutico dos Canabinoides
Os canabinoides podem contribuir significativamente para o alívio de sintomas em diversas condições, muitas vezes com menos efeitos colaterais em comparação com medicamentos convencionais.
Eles têm sido utilizados em pacientes com câncer (para alívio da dor e náuseas relacionadas à quimioterapia), esclerose múltipla, epilepsia, doença de Parkinson, entre outras.
Principais Doenças Tratáveis com Canabinoides
A lista de doenças que podem ser tratadas com canabinoides está em constante expansão.
Além das já mencionadas, estudos têm explorado a eficácia dos canabinoides, devido à sua interação diversa com o sistema endocanabinoide humano, resultando em um amplo espectro de aplicações terapêuticas.
Abaixo está uma lista de condições e doenças que têm sido tratadas com canabinoides, seja em um contexto clínico ou científico:
- Anorexia e caquexia em HIV/AIDS: Estimulação do apetite e aumento da massa corporal.
- Ansiedade: Redução dos sintomas em transtornos de ansiedade generalizada ou social.
- Depressão: Modulação do humor em casos clínicos de depressão.
- Distúrbios do sono: Melhoria da qualidade do sono em condições como insônia e apneia do sono.
- Doença de Alzheimer: Potencial para aliviar sintomas comportamentais e possivelmente retardar a progressão.
- Doença de Huntington: Potencial neuroprotetor e alívio sintomático.
- Doença de Parkinson: Alívio dos sintomas motores e não motores e potencial neuroprotetor.
- Dor crônica: Condições variadas, incluindo neuropatia, artrite, fibromialgia e dor relacionada ao câncer.
- Enxaqueca: Redução da frequência e intensidade das dores de cabeça.
- Epilepsia: Especialmente formas resistentes a tratamentos, como a síndrome de Dravet e a síndrome de Lennox-Gastaut.
- Esclerose lateral amiotrófica (ELA): Potencial para aliviar espasticidade, dor, salivação, apetite e sono.
- Espasticidade na Esclerose Múltipla: Redução dos espasmos musculares e da dor.
- Fibromialgia: Alívio da dor e melhoria do sono.
- Glaucoma: Redução da pressão intraocular.
- Inflamação: Condições como doença inflamatória intestinal, incluindo doença de Crohn e colite ulcerativa.
- Náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia: Alívio para pacientes com câncer submetidos a quimioterapia.
- Osteoporose: Potencial para promover a saúde óssea e reduzir o risco de fraturas.
- Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH): Potencial para aumentar a atenção e o foco, reduzir a impulsividade e a hiperatividade.
- Transtorno de estresse pós-traumático (TEPT): Alívio de sintomas como flashbacks e ansiedade severa.
- Transtorno do Espectro Autista (TEA): Alguns estudos sugerem melhorias na comunicação, comportamento repetitivo, níveis de ansiedade, atenção e regulação do humor.
Por que considerar os Canabinoides na Prática Médica?
A medicina moderna exige uma abordagem holística, que não apenas trate os sintomas, busque a causa e também ofereça qualidade de vida ao paciente. Os canabinoides surgem como uma fronteira promissora nesse contexto. Com um perfil de segurança adequado e um espectro de ação terapêutica amplo, esses compostos representam uma ferramenta valiosa no arsenal terapêutico.
É vital que, como médicos, permaneçamos abertos a novas terapias potenciais, especialmente aquelas com uma base de evidências em crescimento como os canabinoides. Ao considerar o tratamento canabinoide para seus pacientes, você não está apenas adotando uma abordagem centrada no paciente, mas também participando de uma nova era de inovação médica.
Este artigo serve como um ponto de partida para entender os canabinoides e seu potencial terapêutico. É crucial continuar a pesquisa e a educação nessa área, dada a sua relevância crescente na medicina contemporânea.
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